quinta-feira, 4 de novembro de 2010

TOXOPLASMOSE

TOXOPLASMOSE

O que é: Trata-se de doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

 

Nomes populares

Doença de gato.

 

Transmissão

Agentes causadores (patógeno e vetores): O agente causador é o protozoário Toxoplasma gondii. Um protozoário coccídio intracelular, pertencente à família Sarcocystidae.
O homem adquire a infecção por três vias: ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, ocorre de 10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes de gatos. Não se transmite diretamente de uma pessoa a outra, com exceção das infecções intrauterinas. Os oocistos expulsos por felídeos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo conservar essa condição por 1 ano.

Diagnóstico

Clínico (principais sintomas):

A toxoplasmose apresenta um quadro clínico variado, desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves. Do ponto de vista prático, é importante fazer uma distinção entre as manifestações da doença, quais sejam:
Toxoplasmose febril aguda: na maioria das vezes, a infecção inicial é assintomática. Porém, em muitos casos, pode generalizar-se e ser acompanhada de exantema. Às vezes, sintomas de acometimento pulmonar, miocárdio, hepático ou cerebral são evidentes. As lesões resultam da proliferação rápida dos organismos nas células hospedeiras e, quando há manifestações clínicas, essas têm evolução benigna. Há casos em que ocorrem pneumonia difusa, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema maculopapular.
Lindadenite toxoplásmica – geralmente, o quadro se caracteriza por linfadenopatia localizada, especialmente em mulheres e, em geral, envolvendo os nódulos linfáticos cervicais posteriores ou, mas raramente, linfadenopatia generalizada. Esse quadro é capaz de persistir por 1 semana ou 1 mês e pode assemelhar-se à mononucleose infecciosa, acompanhada por linfócitos atípicos no sangue periférico. A linfadenite regional pode estar relacionada à porta de entrada, durante a síndrome febril aguda.
Toxoplasmose ocular – a coriorretinite é a lesão mais frequentemente associada à Toxoplasmose e, em 30% a 60% dos pacientes com esta enfermidade, a etiologia pode ser atribuída ao toxoplasma. Dois tipos de lesões de retina podem ser observados: a retinite aguda, com intensa inflamação, e a retinite crônica, com perda progressiva de visão, algumas vezes chegando à cegueira.
Toxoplasmose neonatal – resulta da infecção intrauterina , variando de assintamática à letal, dependendo da idade fetal e de fatores não conhecidos. Os achados comuns são prematuridade, baixo peso, coriorretinite pós-maturidade, estrabismo, icterícia e hepatomegalia. Se a infecção ocorreu no último trimestre da gravidez, o recém-nascido pode apresentar, principalmente, pneumonia, miocardite ou hepatite com icterícia, anemia, plaquetopenia, coriorretinite e ausência de ganho de peso, ou pode permanecer assintomático. Quando ocorre no segundo trimestre da gestação, o bebê pode nascer prematuramente, mostrando sinais de encefatite com convulsões, pleocitose do líquor e calcificações cerebrais. Pode apresentar a tétrade de Sabin: microcefalia com hidrocefalia, coriorretinite, retardo mental e calcificações intracranianas.
Toxoplasmose no paciente imunodeprimido – os cistos do toxoplasma persistem por período indefinido e qualquer imunossupressão significativa pode ser seguida por um recrusdescimento oToxoplasmose. As lesões são fatais e vistas com maior frequência no cérebro e, menos frequentemente, na retina, miocárdio e pulmões. As condições mais comumente associadas a essa forma são Aids, doença de Hodgkin e uso de imunossupressores.
Toxoplasmose e gravidez – Haja vista que a infecção da mãe é usualmente assintomática, geralmente não é detectada. Por isso, tem-se sugerido a realização de testes sorológicos na gestação, durante o acompanhamento pré-natal. Quando se realizada o diagnóstico, deve ser instituída a quimioterapia adequada.

                                          

 

Laboratorial (exames realizados):

Por se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas outras, o diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na área. A confirmação do diagnóstico é feito por diversos testes sanguíneos, Os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos no sangue contra o Toxoplasma gondii.


 Tratamento

A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente. São três as situações:
1) Imunocompetentes com infecção aguda: somente comprometimento gânglionar, em geral não requer tratamento; infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes com materiais contaminados, em geral são quadros severos e devem ser tratados; infecção da retina (corioretinite), devem ser tratados.
2) Infecções agudas em gestantes: devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação fetal; com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido.
3) Infecções em imunocomprometidos: estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados pelo vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que usaram para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se, neste último caso a possibilidade de interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imunológica com os chamados coquetéis contra a Aids.

 

Prevenção

Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção deve ser feita: pela não ingestão de carnes cruas ou malcozidas; comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente; evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.




 
Fonte: Sociedade Brasileira de Infectologia
http://www.laboratoriocentral.com.br/wp/2010/10/toxoplasmose/