quinta-feira, 4 de novembro de 2010

TOXOPLASMOSE

TOXOPLASMOSE

O que é: Trata-se de doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

 

Nomes populares

Doença de gato.

 

Transmissão

Agentes causadores (patógeno e vetores): O agente causador é o protozoário Toxoplasma gondii. Um protozoário coccídio intracelular, pertencente à família Sarcocystidae.
O homem adquire a infecção por três vias: ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, ocorre de 10 a 23 dias, quando a fonte for a ingestão de carne; de 5 a 20 dias, após ingestão de oocistos de fezes de gatos. Não se transmite diretamente de uma pessoa a outra, com exceção das infecções intrauterinas. Os oocistos expulsos por felídeos esporulam e se tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo conservar essa condição por 1 ano.

Diagnóstico

Clínico (principais sintomas):

A toxoplasmose apresenta um quadro clínico variado, desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves. Do ponto de vista prático, é importante fazer uma distinção entre as manifestações da doença, quais sejam:
Toxoplasmose febril aguda: na maioria das vezes, a infecção inicial é assintomática. Porém, em muitos casos, pode generalizar-se e ser acompanhada de exantema. Às vezes, sintomas de acometimento pulmonar, miocárdio, hepático ou cerebral são evidentes. As lesões resultam da proliferação rápida dos organismos nas células hospedeiras e, quando há manifestações clínicas, essas têm evolução benigna. Há casos em que ocorrem pneumonia difusa, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema maculopapular.
Lindadenite toxoplásmica – geralmente, o quadro se caracteriza por linfadenopatia localizada, especialmente em mulheres e, em geral, envolvendo os nódulos linfáticos cervicais posteriores ou, mas raramente, linfadenopatia generalizada. Esse quadro é capaz de persistir por 1 semana ou 1 mês e pode assemelhar-se à mononucleose infecciosa, acompanhada por linfócitos atípicos no sangue periférico. A linfadenite regional pode estar relacionada à porta de entrada, durante a síndrome febril aguda.
Toxoplasmose ocular – a coriorretinite é a lesão mais frequentemente associada à Toxoplasmose e, em 30% a 60% dos pacientes com esta enfermidade, a etiologia pode ser atribuída ao toxoplasma. Dois tipos de lesões de retina podem ser observados: a retinite aguda, com intensa inflamação, e a retinite crônica, com perda progressiva de visão, algumas vezes chegando à cegueira.
Toxoplasmose neonatal – resulta da infecção intrauterina , variando de assintamática à letal, dependendo da idade fetal e de fatores não conhecidos. Os achados comuns são prematuridade, baixo peso, coriorretinite pós-maturidade, estrabismo, icterícia e hepatomegalia. Se a infecção ocorreu no último trimestre da gravidez, o recém-nascido pode apresentar, principalmente, pneumonia, miocardite ou hepatite com icterícia, anemia, plaquetopenia, coriorretinite e ausência de ganho de peso, ou pode permanecer assintomático. Quando ocorre no segundo trimestre da gestação, o bebê pode nascer prematuramente, mostrando sinais de encefatite com convulsões, pleocitose do líquor e calcificações cerebrais. Pode apresentar a tétrade de Sabin: microcefalia com hidrocefalia, coriorretinite, retardo mental e calcificações intracranianas.
Toxoplasmose no paciente imunodeprimido – os cistos do toxoplasma persistem por período indefinido e qualquer imunossupressão significativa pode ser seguida por um recrusdescimento oToxoplasmose. As lesões são fatais e vistas com maior frequência no cérebro e, menos frequentemente, na retina, miocárdio e pulmões. As condições mais comumente associadas a essa forma são Aids, doença de Hodgkin e uso de imunossupressores.
Toxoplasmose e gravidez – Haja vista que a infecção da mãe é usualmente assintomática, geralmente não é detectada. Por isso, tem-se sugerido a realização de testes sorológicos na gestação, durante o acompanhamento pré-natal. Quando se realizada o diagnóstico, deve ser instituída a quimioterapia adequada.

                                          

 

Laboratorial (exames realizados):

Por se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas outras, o diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na área. A confirmação do diagnóstico é feito por diversos testes sanguíneos, Os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos no sangue contra o Toxoplasma gondii.


 Tratamento

A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente. São três as situações:
1) Imunocompetentes com infecção aguda: somente comprometimento gânglionar, em geral não requer tratamento; infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes com materiais contaminados, em geral são quadros severos e devem ser tratados; infecção da retina (corioretinite), devem ser tratados.
2) Infecções agudas em gestantes: devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação fetal; com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido.
3) Infecções em imunocomprometidos: estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados pelo vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que usaram para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se, neste último caso a possibilidade de interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imunológica com os chamados coquetéis contra a Aids.

 

Prevenção

Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção deve ser feita: pela não ingestão de carnes cruas ou malcozidas; comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente; evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes. Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.




 
Fonte: Sociedade Brasileira de Infectologia
http://www.laboratoriocentral.com.br/wp/2010/10/toxoplasmose/

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Resumo aula 15/10/10 - Tipagem Sanguínea - Sistema ABO - Fator Rh - Transfusões Sanguíneas

SISTEMA ABO

         O sistema ABO compreende de dois tipos de aglutinogênios (A e B) e dois tipos de aglutininas (anti-A e anti-B). O grupo sanguíneo A, possui aglutinogênios A e aglutininas anti – A . O grupo sanguíneo B, possui aglutinogênio B e aglutininas anti-A.

          O grupo AB possui aglutinogênios AB e não possui aglutininas. Já o grupo sanguíneo O não possui aglutinogênio, mas possui aglutininas anti-A e anti-B . Se uma pessoa receber sangue de um tipo incompatível com o seu, as hemácias do sangue recebido podem aglutinar-se e formar aglomerados, que entopem os capilares sanguíneos, prejudicando a circulação e dependendo do caso, a morte.
         Uma pessoa portadora de determinada aglutinina não pode receber sangue cujas hemácias tenham aglutinogênio correspondente.
Pessoas do tipo de sangue A, só podem receber sangue A e O, e doar para as pessoas que possuem sangue A e AB. Pessoas com sangue B, podem receber sangue B e O, e podem doar para A e AB. Portadores de sangue AB podem receber todo tipo de sangue, mas só podem doar para portadores do sangue AB. Já o sangue O, só pode receber de O e pode doar para portadores de todos os tipos de sangue.
          Para determinar grupos sanguíneos do sistema ABO, misturam-se duas gotas do sangue da pessoa com duas soluções diferentes, uma com aglutinina anti-A e outra com anti-B. Se ocorre a aglutinação do sangue apenas na gota com a solução anti-A, a pessoa é do grupo A. Se ocorre aglutinação do sangue apenas na gota com a solução anti-B, ela é do grupo B. Se ocorre aglutinação nas duas gotas de sangue, a pessoa pertence ao grupo AB, se não há aglutinação do sangue em nenhuma das gotas, a pessoa pertence ao grupo O.



FATOR RH
O Fator Rh foi descoberto em 1940, depois dos estudos de dois pesquisadores. Nesta pesquisa foi retirado o sangue de um macaco e injetado em cobaias. Após a pesquisa, foi concluído que, ao injetar o sangue do macaco, o organismo das cobaias reagia produzindo anticorpos, pois aquele sangue era uma substancia desconhecida pelo organismo. Os anticorpos produzidos pelas cobaias forma chamados de anti Rh, pois no sangue do macaco havia um antígeno denominado fator Rh.

Quando se realiza uma transfusão de sangue, tem-se que verificar se o receptor tem Rh-, pois se ele tiver, ele só poderá receber sangue Rh-, pois se ele receber Rh+ pode causar uma reação em seu sistema imunológico, causando hemólise. Porém se o paciente for Rh+, ele pode receber o sangue Rh-, ou seja, se o sangue for Rh+, poderá receber Rh+ e Rh-, e se o sangue for Rh-, ele só poderá receber Rh-. 
Este fator é encontrado nas hemácias, ele cumpre as leis da hereditariedade, sendo que o fator Rh positivo é um fator dominante sobre o Rh negativo.

Em populações humanas, o fator Rh tem uma grande importância, pois ele reside no aparecimento em doenças hemofílicas no recém nascido ou eritroblastose fetal.

A condição essencial para que ocorra essa anomalia é que o pai seja Rh+ e a mãe Rh-, logo o feto será Rh+.
O sangue é um tecido humano que é muito compartilhado entre os indivíduos e as transfusões de sangue total ou parcial pode salvar muitas vidas


TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Notícias - Componente do vinho pode ajudar contra doenças inflamatórias, indica estudo.

Componente do vinho pode ajudar contra doenças inflamatórias, indica estudo.



O consumo moderado e regular de vinho tinto pode reduzir a inflamação no organismo, sendo benéfico contra doenças como artrite e diabetes, segundo estudo recente da Universidade de Glasgow, na Escócia. De acordo com os cientistas, o antioxidante resveratrol, presente na bebida, é o grande responsável por esse efeito.
"Fortes doenças inflamatórias agudas, como sepse, são muito difíceis de tratar, e muitos morrem todos os dias por causa de falta de tratamento", disse o pesquisador Alirio Melendez, líder do estudo. "Além disso, muitos sobreviventes da sepse desenvolvem muito baixa qualidade de vida por causa dos danos que a inflamação causa em diversos órgãos internos. O objetivo final de nosso estudo foi identificar uma nova terapia potencial para ajudar no tratamento de fortes doenças inflamatórias agudas", destacou o especialista.
Os cientistas observaram os efeitos do resveratrol em modelos de ratos com peritonite (inflamação da membrana que reveste a cavidade abdominal) e em células humanas e animais. E descobriram propriedades anti-inflamatórias desse componente do vinho – bloqueando a "explosão" oxidativa, a migração de células de defesa do organismo, e a produção de citocinas inflamatórias.
Os resultados sugerem que o resveratrol pode ser utilizado como um tratamento para doenças inflamatórias e pode também levar a drogas inteiramente novas derivadas do resveratrol que serão ainda mais eficazes. Outros estudos ainda sugerem que a substância tem outros benefícios anti-envelhecimento e antibióticos, e ajuda a prevenir coágulos e o câncer.
"O potencial terapêutico do vinho tinto esteve ‘engrarrafado’ por milhares de anos, e agora que os cientistas estão desvendando seus segredos, eles descobrem que estudos sobre como o resveratrol funciona podem levar a tratamentos de inflamações que prejudicam a vida", disse o especialista Gerald Weissmann, editor da revista The FASEB Journal.


Notícias - Restrição de calorias pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico, diz estudo.

Restrição de calorias pode ajudar a fortalecer o sistema imunológico, diz estudo.



Emagrecer com o corte de calorias da dieta pode beneficiar o sistema imunológico, assim como a saúde geral, ajudando a viver mais e melhor, segundo especialistas da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos. Avaliando 46 pessoas com sobrepeso (mas não obesas) com idades entre 20 e 42 anos, os pesquisadores descobriram que aquelas que participaram de um programa de dieta de restrição de 10% ou de 30% das calorias diárias por seis meses perderam peso e aumentaram sua resposta imunológica em 30% e 50%, respectivamente.
Os pesquisadores mediram, na pele dos participantes, sua resposta imunológica, avaliando as chamadas células T - um tipo de célula branca que ajuda o organismo a combater tumores, vírus e infecções bacterianas. E observaram que aqueles que haviam cortado maior porcentagem de calorias da dieta tinham maiores benefícios, mesmo se perdessem pouco peso. “Isso é bom, porque significa que você não precisa fazer heroísmos antes de conseguir notar um benefício”, disse a pesquisadora Simin Nikbin Meydani.
A especialista em imunologia nutricional destaca, ainda, que os resultados são intrigantes, “visto que, se restrição de calorias aumenta a imunidade, isso pode ser um indicador de que o processo de envelhecimento é retardado em pessoas que controlam cuidadosamente a dieta”. “Uma resposta imunológica enfraquecida é uma característica bem conhecida do envelhecimento, com nossas células T, em particular, se tornando menos eficazes com o envelhecimento”, acrescentou a líder do estudo.
Pesquisas anteriores já demonstravam esse efeito em animais que, com dietas mais restritas, conseguiam viver mais tempo do que os outros. “É um bom sinal dizer que o que observamos em animais é reproduzível em humanos”, destacou a pesquisadora. Seguindo essa linha, o próximo passo dos cientistas é avaliar se a restrição de calorias tem efeito na prevenção de doenças infecciosas. “Se observarmos um crescimento na resistência à infecção, será uma evidência muito boa de que podemos ser capazes de estender a vida”.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Curiosidades - ANTICORPOS

Os anticorpos que podem acabar com o HIV
Aos 25 anos da descoberta do coquetel contra a Aids, cientistas revelam que três anticorpos pouco conhecidos podem ser a luz para uma vacina de bom desempenho na prevenção da doença
A imagem mostra a estrutura atômica do anticorpo VRC01 (azul e verde) se ligando ao HIV (cinza e vermelho). O local no vírus em que estão conectados (em vermelho) é onde normalmente o HIV se conecta ao CD4.
          O ano de 2010 marca os 25 anos da descoberta de drogas anti-retrovirais e as pesquisas que adviram dela. Na edição da Science desta quinta-feira há um especial sobre HIV/Aids e estudos em busca de uma possível cura. A descoberta de novos e potentes anticorpos talvez seja o principal deles. Um grupo de cientistas acaba de identificar três anticorpos naturais e até então desconhecidos que foram capazes de blindar e neutralizar mais de 90% de uma amostra de HIV-1, que abrange os principais subtipos genéticos do vírus.
Segundos os pesquisadores, estes anticorpos, que são encontrados no soro de muitas pessoas infectadas (ainda que pouco conhecidos pela comunidade científica), podem ajudar na concepção de uma nova vacina. Ela seria capaz de estimular o sistema imunológico a produzir mais destes anticorpos, o que poderia por fim à doença.
Xueling Wu e um time que reúne pesquisadores dos Estados Unidos e da Dinamarca já sabiam que grande parte dos anticorpos neutralizantes são específicos para a proteína do invólucro do HIV. Estes anticorpos normalmente se ligam ao alvo do HIV na superfície dos linfócitos t-CD4, os tipos atacados pelo vírus, e impedem a ação do vírus. Por isso os cientistas quiseram investigar como funcionam esses anticorpos naturais. Eles isolaram os linfócitos B, que os produzem, e identificaram três potentes neutralizadores da ação do HVI-1.
Em um artigo separado, outro grupo de pesquisadores analisou a estrutura cristalina de um desses anticorpos recém-identificados, o VRC01. Eles disseram que o VRC01 imita parcialmente a interação do CD4 com as proteínas do invólucro viral, e que ele se orienta sozinho para se fixar a uma área do vírus. Se o HIV está preso ao VRC01, sua ação sobre o CD4 é bloqueada. Dessa maneira, o anticorpo VRC01 é capaz de neutralizar o vírus e interromper a propagação da doença. Os dois grupos consideram, ainda, que novas descobertas sobre estes anticorpos podem ajudar na criação de uma vacina realmente eficaz contra o HIV.
Mais de 33 milhões de pessoas no mundo são soro positivo para o HIV e pelo menos 2,7 milhões são infectadas todos os anos. Apesar da expansão do tratamento nos países em desenvolvimento, menos de um a cada oito pacientes infectados tem acesso à terapia com anti-retrovirais; e muitos não têm acesso a medidas preventivas que poderiam ajudar a diminuir a propagação da doeno vírus. Entre 18 e 23 de julho, cerca de 20 mil pesquisadores de HIV/AIDS estarão reunidos na capital da Áustria, Viena, para a 18ª Conferência Internacional sobre AIDS, onde terão a oportunidade de encurtar a distância entre cientistas e administradores públicos do mundo todo.

FONTE: REVISTA ÉPOCA

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Aula dia 24/09/2010 - Atuação das Citocinas em Tumores

ATUAÇÃO DAS CITOCINAS EM TUMORES

·         A capacidade de produção de anticorpos monoclonais contra um determinante antigênico especifico levou à grandes expectativas para seu uso disseminado na terapia do câncer. Embora os anticorpos monoclonais sejam instrumentos importantes no diagnóstico de câncer, seu uso na terapia do câncer permanece na campo da investigação. Os experimentos de anticorpos monoclonais não conjugados como terapia citotóxica em geral mostraram-se desapontadores. Os obstáculos têm sido a dificuldade em definir sorologicamente antígenos específicos para os tumores, a modulação antigênica pelas células tumorais e o desenvolvimento de anticorpos humanos anticamundongo. Esforços visando melhorar a eficácia desta abordagem levaram aos experimentos, atualmente em curso, de anticorpos conjugados a fármacos, radioisótopos ou toxinas. Alguns estudos clínicos estão avaliando o uso de anticorpos monoclonais na eliminação de células tumorais presentes na medula óssea coletada antes do transplante autólogo.

·         As interleucinas são citocinas que funcionam predominantemente como mensageiros dos leucócitos. Já foram identificadas pelo menos 17 interleucinas e diversas já se encontram na fase de experimentação clínica, mas apenas a interleucina 2 recombinante é um agente antineoplásico aprovado. A interleucina(IL-2), antes conhecida como fator de crescimento do linfócito T, é um hormônio regulador fundamental na imunidade mediada por células. IL-2 estimula a proliferação e atividade citolítica dos linfócitos T e dos linfócitos NK – destruidores naturais. A terapia com altas doses de IL-2 produz uma resposta em uma minoria de pacientes com melanoma e carcinoma metastático das células renais. Uma pequena porcentagem (5-10%) de pacientes obtêm uma resposta completa, associada a uma longa sobrevida isenta da doença. Contudo, complicações cardiovasculares, em grande parte decorrentes de uma síndrome de extravasamento vascular, podem exigir internação em UTI. Outros efeitos tóxicos, que podem envolver virtualmente órgãos de qualquer sistema (sobretudo a toxicidade renal, hepática, pulmonar, neurológica, hematopoiética e dermatológica), são observadas, mas geralmente são reversíveis. Experimentos em que a terapia é ambulatorial, por meio de doses reduzidas e freqüentemente administradas por infusão contínua, resultaram em menor toxicidade aguda. Não foram ainda definidos a dose e o esquema ideais para o tratamento com IL-2.

·         As outras interleucinas são agentes que permanecem ainda sob investigação para a terapia do câncer. A interleucina 4 é produzida, sobretudo por linfócitos T e mastócitos, e exerce efeitos imuno-hematopoiéticos diversos. Já foram completados vários estudos da fase I/II para IL-4 em uso isolado ou em combinação com IL-2. Embora IL-4 possa ser administrada com segurança, resultando apenas em toxicidade moderada, as baixas porcentagens de resposta tumoral diminuiram o entusiasmo por seu papel definitivo como agente antitumoral. A interleucina 6 é uma citocina pleotrópica, que tem atividade antiproliferativa direta em diversos sistemas de modelos de tumor, além da atividade imuno-hematopoiética que afeta diretamente os linfócitos B, linfócitos T e megacariócitos. Foram iniciados experimentos clínicos para a avaliação de IL-6 como agente antitumoral, e como agente trombopoiético.  A interleucina 12 estimula as funções dos linfócitos T e dos linfócitos NK. Já foram efetivados experimentos na fase I para IL-2 em pacientes com câncer e AIDS, e estudos clínicos complementares estão atualmente em andamento.

·         O fator de necrose tumoral (FNT) é fundamental na resposta inflamatória. A administração de FNT gera impressionantes respostas antitumorais em modelos animais. Contudo, toxicidade elevada em humanos após a administração sistêmica, em combinação com baixas taxas de respostas do tumor, limitaram o seu uso clínico. O uso de FNT para terapia local e regional, por exemplo, na perfusão de membro isolado, está em investigação.

 
Imunoterapia com Células Tumorais Transfectadas com genes de Citocinas.
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3tQeMPrBdWDQDIopNgY9CzgqLqgb3VUd7GEuUJQ098z918_f9x_VxrFzttI_ohLt1T-Gnkb937qGPeS-Kp3r5Ud4U53JquA9fmlUgUaGZsJIvPOy_bLq_oJVq9LjdnHQgYNR3zMYfqNwk/s1600/Tabela+1.png



Atuação da Heparina sobre a progressão tumoral.
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/jbpneu/v34n5/a11fig04.gif





Referência Bibliografica:
ABBAS, A. K.; LICHLMAN, A. H.; PILLAI, Shiv. Imunologia: celular e molecular. Rio de Janeiro. Ed.  Elsevier, 6ª ed. 2008.

MARINHO,Felipe Costa de Andrade; TAKAGAKI, Teresa Yae. Hipercoagulabilidade e câncer de pulmão. Disponível em: http://www.scielo.br/img/revistas/jbpneu/v34n5/a11fig04.gif Acesso em 25/09/2010 as  12:54h.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Resumo aula 24/09/2010 CITOCINAS

CITOCINAS
ü  São proteínas produzidaS por células do Sistema Imune.
ü  Atuam estimulando ou inibindo o crescimento, diferenciação e ativação das células do Sistema Imune.

ü   Suas ações podem ser:
o   Autócrina: citocina atua na própria célula que a produziu;
o   Parácrina: citocina atua em uma célula próxima da que a produziu;
o   Endócrina: a citocina é lançanda na corrente sanguínea, com atuação em células distantes daquelas que a produziu.
As ações  Autócrina e a Parácrina possuem ação local e a Endócrina possui ação sistêmica (geral) .

ü  Propriedades:
o   Pleiotropismo
Quando uma citocina tem diferentes ações em diferentes tipos celulares.



        o   Redundância
                 Quando diferentes citocinas possuem um mesmo efeito sobre determinado tipo celular.



o   Sinergia
Quando duas ou mais citocinas agem em conjunto para induzir determinada função nas células.


o   Antagonismo
Quando duas ou mais citocinas possuem efeitos contrários entre si em determinado tipo celular.


ü  Exemplo: 
    1.  IFN-γ (Interferon gama) e INF (Fator de necrose tumoral) - aumenta a expressão do MHC. Ação de Sinergismo, pois ambas as citocinas atuam juntas para potencializar a ação.
    2.   IL-2 (Interleucina) e IL-4 - Células B (Linfócitos B) - proliferação. Ação de Redundância, pois ambas apresentam a mesma ação.
   3. INF - γ ativa o macrófago e a IL-10 inibe o macrófago. Ação de Antagonismo, pois apresentam efeitos contrários.
   4.  IL-4 - Age na célulass B e T. Ação Pleiotropica, pois possui efeitos multiplos sobre mais de um tipo celular.

COMPARAÇÃO
CITOCINA DA IMUNIDADE INATA X IMUNIDADE ADQUIRIDA


CITOCINAS DA IMUNIDADE NATURA
- Células produtoras: Macrofágos e NK;
Macrófago e Células NK
- Atuação nos processos inflamatórios;
- Exemplo: TNF, IL-1, quimiocinas, IL-12, IL-10. 
Exemplo da Imunidade Natural.
Fonte:


CITOCINAS DA IMUNIDADE ADQUIRIDA
- Células produtoras: linfócitos T;
Linfócito T

- Atuação: crescimento e ativação dos linfócitos;
- Exemplo: IL-2, IL-4, IL-5, IFN-Gama.

Exemplo Imunidade Adquirida
Fonte:




 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Resumo aula 17/09/2010 - Sistema Complemento


                                          SISTEMA COMPLEMENTO                                     

O sistema complemento (SC) corresponde a um conjunto de cerca de 20 proteínas plasmáticas e de membrana que participam da imunidade inata contra microrganismos (defesa do hospedeiro), além de auxiliar na imunidade humoral (lesão tecidual mediada por anticorpo). Esse complexo sistema está envolvido na resposta imune e no processo inflamatório pela geração de fragmentos que promovem quimiotaxia das células inflamatórias, aumento da fagocitose por neutrófilos e macrófagos, participação na ativação de células B e T e remoção de imunocomplexos (IC) circulantes e de células apoptóticas.

VIAS DE ATIVAÇÃO DO SISTEMA COMPLEMENTO:
A ativação sistema complemento ocorre rapidamente após influência de um estímulo específico, seguindo uma cascata de auto-amplificação. As três vias principais de ativação: a clássica, a alternativa e a da lectina. A via clássica é ativada quando anticorpos IgG ou IgM se ligam a antígenos (vírus, bactérias ou auto-antígenos) formando ICs, fazendo parte da resposta imune específica. A via alternativa corresponde a um sistema mais primitivo, que não requer a presença de anticorpos específicos, sendo ativada a partir da hidrólise espontânea do terceiro componente do complemento (C3) e sua deposição na superfície do microrganismo. A terceira via é composta pela lectina ligadora de manose (LLM), uma proteína da família das lectinas dependentes de cálcio,que tem estrutura homóloga a C1q. Essa via é ativada quando a lectina se liga ao terminal manose existente em diferentes grupos de bactérias. Embora o estímulo inicial de ativação e os componentes envolvidos sejam diferentes, todas as vias têm um objetivo central que é a ativação do C3. A ativação da via clássica do complemento, através de C1q, C4 e C2, e a da via alternativa, através do C3 e dos fatores B e D, acarretam a clivagem e a ativação de C3. O fragmento de proteína C3b, parte do C3, é necessário para a ativação dos componentes terminais do sistema complemento (C5 a C9). Estes formam o complexo de ataque à membrana (MAC) que, quando inseridos dentro das membranas celulares, formam poros levando à lise celular.


Vias do Sistema Complemento
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVnr1maVoS1WxO2yJ-AdTM24FMgy8kro68WarCwY1q5H6OX7L24-p8wQ5bDzTt0HVFb0khVHCdBaleaI7v0I4WTCN7aBxNnzYlY6H_SIyEk81YUm3fTEYrIcYprYLtZW2JaYyTXPw1p88/s1600/t6_19045500.jpg


ETAPAS DA VIA CLÁSSICA: A fase de ligação é iniciada quando o C1q do complexo C1 se liga à porção Fc de um anticorpo do tipo IgG ou IgM. Este complexo é composto de uma sub unidade de C1q, associada a duas moléculas de C1r e duas de C1s por ligações dependentes de cálcio. As esterases C1r e C1s são necessárias para a fase de ativação.O C1s cliva (quebra) C4 e C2. As moléculas ativadas de C4 e C2 se agrupam próximo ao sítio em que o anticorpo está ligado. Os fragmentos maiores do C4 (C4b) e do C2 (C2a) formam o complexo chamado C3 convertase (C4b2a). Cada molécula de C1 ativada gera muitos fragmentosde C4b e C2a. A maioria dos fragmentos do C4b serve como opsoninas e o restante para a formação da C3 convertase. Cada C3 convertase gera muitas moléculas de C3 ativadas (C3b), fase de amplificação, que quando depositadas no alvo servem como opsoninas,enquanto outras irão formar a C5 convertase (C4b2a3b). Esta cliva C5 levando a formação do complexo de ataque à membrana, composto de C5b, 6,7,8 e 9. A formação do MAC determina lise osmótica da célula e consiste em uma interação proteína-proteína, não requerendo clivagens proteolíticas. A ativação de C5 também libera uma potente anafilatoxina, o C5a.

Etapas da Via Clássica
Fonte: http://epidemiologiamolecular.com/wp-content/uploads/2009/02/clip-image0201.gif


ETAPAS DA VIA ALTERNATIVA: É a via mais antiga da imunidade inata, que precede a imunidade adaptativa, não necessitando de um contato prévio com microrganismo para sua ativação. Funciona como um sistema imune primitivo, capaz de reconhecer e eliminar agentes infectantes. A ativação dessa via ocorre quando uma pequena quantidade de C3 plasmático é hidrolisado espontaneamente,originando o fragmento C3b. Este, após alteração estrutural, liga-se a uma serina protease, denominada fator B. A clivagemdo fator B pelo fator D origina o fragmento Bb, que juntamente com o C3b origina a C3 convertase da via alternativa, a qual é estabilizada pela properdina (C3bBbP). Esse complexo promove mais clivagem de C3, alça de amplificação, resultando em deposição de grandes quantidades de C3b no alvo. Parte do C3b formado irá agrupar-se ao complexo C3bBb,originando a C5 convertase (C3bBbC3bP). O restante do processo de ativação é similar ao da via clássica.

Etapas da Via Alternativa
Fonte: http://epidemiologiamolecular.com/wp-content/uploads/2009/02/clip-image026.gif


ETAPAS DA VIA LECTINA: Essa via é iniciada por proteínas plasmáticas denominadas lectinas ligadoras de manose (LLM), que são membros da família das lectinas dependentes de cálcio,as colectinas, com similaridades estrutural e funcional com C1q. Essas proteínas reconhecem porções específicas de carboidrato (manose) presentes na superfíciede alguns patógenos. A LLM pertence à mesma família de proteínas do C1q, entretanto, enquanto o C1q tem um domínio que se liga ao Fc das imunoglobulinas, a lectina reconhece carboidratos. Essa ligação leva à ativação de serinas proteases associadas à manose, que correspondem a C1r e C1s, com subseqüente clivagem de C4 e C2. O restante do processo de ativação é similar ao da via clássica.






Etapa da Via da Lectina
Fonte: http://epidemiologiamolecular.com/wp-content/uploads/2009/02/clip-image030.gif

domingo, 12 de setembro de 2010

MÉTODOS LABORATORIAIS UTILIZANDO ANTICORPOS

Métodos Laboratoriais que Utilizam Anticorpos

1. INTRODUÇÃO

1.1- Principais características das Respostas Imunes Adquiridas:


*Especificidade;

*Diversidade;

*Memória;

*Especialização;

*Autolimitação;

*Não reatividade ao próprio;

Especificidade – conferida por duas moléculas principais:
- TCR – presente na membrana de linfócitos;
- Anticorpos – produzidos por linfócitos B, presentes na membrana de linfócitos B e na forma secretada, solubilizados em diversos fluidos corporais.
     Principais isotipos de anticorpos

     *IgM;
     *IgG;
     *IgA;
     *IgE;
     *IgD.

1.2. Principais características dos Ensaios que utilizam Anticorpos:
*Especificidade: Característica que indica que o teste em questão identificará somente o antígeno ou o anticorpo desejado.

*Quanto MAIOR a especificidade, MENOR a ocorrência de resultados falsos-positivos, MENOR a ocorrência de reações cruzadas.

*Dependente do tipo de anticorpo e antígeno empregado no teste, e do sistema de detecção da interação Ag-Ac.

*Sensibilidade: Característica inerente ao método estreitamente relacionada com a quantidade mínima de antígeno ou anticorpo que poderá ser detectada

*Estreitamente ligada ao sistema de amplificação e detecção da interação Ag-Ac.

*Métodos enzimáticos, radioativos, fluorescentes, quimioluminescentes.


1.3. Fatores a serem analisados na escolha do método:
*Sensibilidade;

*Especificidade (confiabilidade de resultados);

*Custo;

*Disponibilidade de material;

*Segurança;

*Aplicabilidade à amostra disponível, Ag/Ac a ser detectado e espécie animal a ser analisada;

*Tempo de realização do método.



1.4. Aplicações dos métodos:
*Identificação e/ou quantificação de moléculas específicas em fluidos biológicos;

*Purificação de proteínas;

*Diagnóstico de doenças auto-imunes, infecciosas e hipersensibilidades;

*Identificação de genes e seus produtos;

*Localização de moléculas específicas em células e tecidos.


2. PRINCIPAIS MÉTODOS LABORATORIAIS

2.1. - Imunoaglutinação/Imunoprecipitação: Primeiros testes a serem desenvolvidos:
*Realizados em meio líquido;

*Exigem alta quantidade de Ac/Ag para sua realização – Baixa Especificidade;

*Não possuem metodologias eficazes para a detecção da interação Ag/Ac – Baixa Sensibilidade.


2.2- Imunodifusão: Interação Ag/Ac realizada em meio sólido (gél de ágar).

Diversos tipos:
*Imunodifusão Radial Simples - Ag ou Ac imobilizado no gel – Migração do Ag ou Ac da solução teste no gel, até atingir região de concentração equivalente;


*Imunodifusão Dupla e Outcherlony – Ambos Ag e Ac migram no gel, formação de banda na região de equivalência.


*Vantagens – Método de fácil execução, tempo curto de realização, baixo custo, não necessita de aparato sofisticado.

*Desvantagens – Baixa sensibilidade, especificidade, difícil preservação do gel, não aplicável a alguns isotipos de imunoglobulinas. Pouco utilizado atualmente como ferramenta de imunodiagnóstico. Empregado como controle em produção de policlonais.

2.3.Hemoaglutinação
– Utiliza hemácias sensibilizadas com Ags na membrana, que formam complexos de alto peso molecular quando incubadas com Acs específicos para os antígenos.
- Permite maior diluição da solução teste que a Imunodifusão. Forma complexos mais pesados, que precipitam com maior velocidade e facilidade: Melhoria da detecção da interação entre Ag-Ac;
- Variações no método: Inibição da Hemoaglutinação.
- Vantagens: Método simples, de fácil execução, baixo custo, rápido;
- Desvantagens: Baixa sensibilidade e especificidade, devido a mal armazenamento das hemácias, pode-se obter resultados falso-negativos.



2.6- Imunofluorescência / Imunohistoquímica
- Utilizados para detecção e localização de antígenos em células e tecidos e para detecção de anticorpos específicos em fluidos biológicos.
-  Métodos de alta especificidade e alta especificidade
- Utilização de anticorpos conjugados com substâncias fluorescentes (FITC, FAC) na IFA, e de anticorpos conjugados com enzimas (Imunohistoquímica).












-          Vantagens: Alta especificidade e sensibilidade; possibilidade de detecção de proteínas intracelulares e de sua localização, bem como do tráfico intracelular.
-          Desvantagens: “variação individual” na leitura de resultados de IFA; alto custo de microscópio de fluorescência; técnicas especiais de fixação e inclusão de tecidos para Imunohistoquímica nem sempre disponíveis.

2.7- Western-Blot
-  Associação de técnica de Eletroforese em Gel de SDS-PAGE com técnicas imunológicas
-           Permite a identificação do reconhecimento de antígenos com peso molecular definido
-           Identificação de anticorpos que reconhecem determinado antígeno em solução contendo diversos antígenos
-           Permite a realização de cinética de expressão de proteínas celulares.




































-          Vantagens: alta sensibilidade e especificidade; reconhecimento de antígenos individuais em um extrato; realização de perfil de reconhecimento de antígenos e determinação de proteínas imunodominantes;
-           Desvantagens: Custo médio a alto; procedimento longo e propenso a erros em diversos pontos; dependendo do sistema de revelação, pode-se ter problemas de segurança.